terça-feira, 14 de junho de 2011

Itajaí


Chegamos em Itajaí na manhã de sexta e recebemos que a apresentação deste dia seria no mercado público, um lugar aberto, com muitas mesas e a galera vai para bater papo, comer e beber. Seria o oposto de Blumenau. Imaginei que seria um lugar barulhento. E foi isso mesmo. Poucas pessoas estavam lá para curtir a música. Mas isso é bom, estes desafios são bacanas de enfrentar.

Após chegar no hotel e deixar as malas, fui dar um passeio a pé pelo centro. Acabei encontrando uma praça com uma igreja antiga. Não sei porque, mas adoro tirar fotos de igrejas, principalmente estas menores. Era a igreja do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Itajaí. Foi concluída em 1823.

Fui caminhando pela avenida lateral ao porto, por onde os navios entram. Lembrei-me dos tempos de criança quando íamos a praia e meus pais passavam por alí para vermos os navios e em alguns deles - menores - a gente podia entrar e visitar. Fiquei ali parado por um tempo observando aqueles guindastes enormes carregando aquele número sem fim de containers.

Após o almoço (já era quase 15h) fui a pé até o mercado para ver como seria a noite. A nossa passagem de som ficou marcada para às 18h, mas quando cheguei lá o técnico do SESC, Marcelo, avisou que nesse horário haveria um happy hour com uma galera de fora, depois uma apresentação poética multimídia. Liguei para a Ana e o Chico e combinamos que só iria rolar o som depois das 21hs. Seria algo meio que na fogueira: chegar, plugar e tocar.

Itajaí é uma cidade muito musical e a Ana tem muitos amigos por lá que compareceram. O show rolou bem legal, mas não era o local ideal para a apresentação do duo.

Estava muito frio e como o mercado não tinha cobertura, fiquei ao relento até tarde. Estava congelando e assim que acabou, recolhi os microfones e vazei para o hotel para me esquentar.

Acho que deveria ser umas 7h da manhã e no apartamento de cima, alguém começou a caminhar pelo quarto como se estivesse fazendo uma caminhada. Lembrei de um médico em SBS, quando eu trabalhava na rádio, ele fazia suas caminhadas pela garagem do prédio. Era muito engraçado. Mas voltado ao hotel, logo o camarada saiu e provavelmente a faxineira entrou para arrumar o quarto e não teve jeito, não consegui dormir mais.

Combinamos de almoçar no mercado após o check out. Peixe grelhado, feijão, arroz, pirão e um grupo tocando choro. Existem músicas que se encaixam em determinados ambientes vocês não acham? Cheguei a esta conclusão. É difícil explicar, mas naquele local a música parecia estar "conversando" com as pessoas, era uma mix perfeita. Percussão, flauta, violão de 7, e um músico tocando trombone. Ah ele tocava também sax alto e soprano. Fiquei sabendo que ainda toca trompete!!! A Ana deu uma canja cantando Maracangalha e Upa Neguindo. Realmente é "Pé de Crioula".

*Pé de Crioula é o nome do mais recente CD da Ana, somente com sambas.

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